Uma transição digital para a vigilância regional em saúde e a eficiência das redes de atenção à saúde: uma inovação no Brasil

APRESENTADORES:

Felipe Ferre, farmacêutico, doutor em bioinformática e especialista em informática em saúde. Ele trabalha na transição digital da saúde há 23 anos e se dedica ao sistema único de saúde do Brasil há 14 anos. Atua como assessor técnico do Conass.

RESUMO :

A informática em saúde é uma área do conhecimento fundamental para o exercício da vigilância em saúde. Notificações e investigações acuradas requerem padrões informacionais que viabilizem a comunicação entre profissionais de saúde via sistemas de informação com escopos distintos.

No Brasil, a Política Nacional de Informação e Informática situa o usuário do Sistema Único de Saúde no centro do cuidado e estipula cada contato assistencial como oportunidade para integração entre os segmentos de atenção à saúde com vigilância em saúde. Dessa forma, o Registro Eletrônico de Saúde (RES) vem adquirindo forma com a ampliação da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), inaugurada em 2020, a qual inclui atualmente bilhões de registros, originalmente focada em exames e notificações de Covid-19, porém, atualmente vem sendo modelada para incluir registros de nascidos vivos, notificações de agravo e óbitos via plataforma E-SUS linha da vida.

A conjunção de dados históricos com informações da RNDS viabiliza o uso de big data aplicado a técnicas epidemiológicas tradicionais e análises avançadas com soluções de aprendizado de máquina e detecção de padrões emergentes. Dessa forma, o Brasil vem fomentando a transição digital com foco na regionalização da saúde e efetivação das Redes de Atenção à Saúde orientando a integração dos serviços por meio das soluções tecnológicas, com ênfase para que as ações de vigilância apoiem a prevenção, promoção e recuperação da saúde.